Páginas

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Mediadora - Meg Cabot

Jesse fez um gesto que muito provavelmente era grosseiro, lá pelos idos de 1850.

— Você não vai a lugar nenhum — disse então.

— Ah, é mesmo? — desafiei, rodando no calcanhar e saindo porta afora. — Tente me segurar, bafo de cadáver.

Ele foi de uma precisão cirúrgica. Minha mão já estava na maçaneta quando a tranca da porta se fechou. Eu nem tinha notado ainda que havia uma tranca na minha porta — ela devia ser muito antiga. O controle manual estava arrebentado e só Deus sabia onde é que podia estar a chave.

Fiquei parada ali bem meio minuto, olhando para minha mão sem acreditar muito enquanto ela girava em vão a maçaneta. Até que resolvi respirar bem fundo, como havia sugerido a terapeuta da minha mãe. Ela não estava querendo dizer que eu devia respirar fundo quando estivesse enfrentando um fantasma perseguidor. Achava apenas que devia fazê-lo de maneira geral, sempre que estivesse me sentindo estressada.

Mas o fato é que ajudou. E ajudou muito.

— OK — disse afinal, voltando-me. — Jesse, isto não é nada legal.

Jesse ficou muito sem graça. Bastava olhar para ele para entender que não estava nada satisfeito com o que acabara de fazer. Não sei o que foi que causou a sua morte na vida anterior, mas certamente não foi por ele ser um sujeito cruel ou por gostar de machucar as pessoas. Ele era um bom sujeito. Ou pelo menos estava tentando ser.

                               (“A Mediadora - A terra das sombras”, pag. 131-132, de Meg Cabot.
Série “A Mediadora”, livro 1.)

Nenhum comentário: