Minha melhor amiga, Gina, lá do Brooklyn, provavelmente foi quem
chegou mais perto de deduzir, e isso apenas porque, por acaso, estava presente
quando madame Zara, uma taróloga que a Gina me obrigou a consultar, me olhou
chocada e disse:
— Você fala com os mortos.
Gina achou maneiro. Só que nunca soube — não de verdade — o que
isso significava. Porque o que isso significa, claro, é que eu nunca durmo o
suficiente, tenho machucados que não posso explicar, provocados por pessoas que
ninguém mais pode ver e, ah, claro, não posso trocar de roupa no meu quarto
porque o fantasma de um caubói morto há cento e cinqüenta anos pode me ver nua.
Alguma pergunta?
(“A Mediadora – O arcano nove”, pag. 39,
de Meg Cabot.
Série “A Mediadora”, livro 2.)