— Geralmente não deixo ninguém ver isso.
— Por que não? — Jace estava descabelado, como se ele próprio
estivesse dormindo. — Você é uma artista muito boa. Às vezes excelente.
— Bem, porque... é como um diário. Exceto pelo fato de que não
penso em palavras, e sim em figuras, então só tem desenhos. Mas, mesmo assim, é
muito pessoal. — Ela imaginou se soava tão louca quanto suspeitava.
Jace pareceu ofendido.
— Um diário sem desenhos de mim? Onde estão as fantasias tórridas?
As capas de livros de romance? Os...
— Por acaso todas as garotas que te conhecem se apaixonam
por você? — Clary perguntou suavemente.
A pergunta pareceu desinflá-lo, como um alfinete estourando um
balão.
— Não é paixão — ele disse após uma pausa. — Pelo menos...
— Você poderia tentar não ser tão charmoso o tempo todo — disse
Clary. — Pode ser um alívio para alguns.
Ele olhou para as próprias mãos. Já eram como as mãos de Hodge,
brancas e com pequenas cicatrizes brancas, embora a pele fosse jovem e não
tivesse rugas.
Ela olhou para ele.
— Você está falando sério?
— Sempre falo sério.
(“Cidade dos Ossos”, pag. 198-199, de
Cassandra Clare.
Série “Os Instrumentos Mortais”, livro
1.)
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