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sábado, 24 de setembro de 2011

Cidade dos Ossos - Cassandra Clare

— Geralmente não deixo ninguém ver isso.

— Por que não? — Jace estava descabelado, como se ele próprio estivesse dormindo. — Você é uma artista muito boa. Às vezes excelente.

— Bem, porque... é como um diário. Exceto pelo fato de que não penso em palavras, e sim em figuras, então só tem desenhos. Mas, mesmo assim, é muito pessoal. — Ela imaginou se soava tão louca quanto suspeitava.

Jace pareceu ofendido.

— Um diário sem desenhos de mim? Onde estão as fantasias tórridas? As capas de livros de romance? Os...

— Por acaso todas as garotas que te conhecem se apaixonam por você? — Clary perguntou suavemente.

A pergunta pareceu desinflá-lo, como um alfinete estourando um balão.

— Não é paixão — ele disse após uma pausa. — Pelo menos...

— Você poderia tentar não ser tão charmoso o tempo todo — disse Clary. — Pode ser um alívio para alguns.

Ele olhou para as próprias mãos. Já eram como as mãos de Hodge, brancas e com pequenas cicatrizes brancas, embora a pele fosse jovem e não tivesse rugas.

— Se você está cansada, posso colocá-la para dormir — ele disse. — Posso contar uma história de ninar.

Ela olhou para ele.

— Você está falando sério?

— Sempre falo sério.

(“Cidade dos Ossos”, pag. 198-199, de Cassandra Clare.
Série “Os Instrumentos Mortais”, livro 1.)

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