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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quando cai o raio - Meg Cabot

Esta postagem contém um super spoiler — não por ser extremamente revelador, mas por ser um trecho grande mesmo. Leia sob sua própria conta e risco.



Então, de repente, Rob se inclinou e pegou o caderno e a caneta das minhas mãos. Olhou meu dever, assentiu e virou a página. Depois escreveu uma coisa e me passou de volta o caderno e a caneta. Olhei o que ele tinha escrito. Era:

“Afinal, você pegou chuva ontem?”

Olhei para a Srta. Clemmings. Não sei se podemos ou não passar bilhetes na detenção. Nunca ouvi falar de ninguém ter feito isso antes.

Mas a Srta. Clemmings nem estava prestando atenção. Ela estava assistindo Claire Lippman executar um monólogo chato de dentro de uma grande lata de lixo Rubbermaid.

Escrevi “sim” e passei o caderno de volta para ele.

Não era nada de genial. Mas o que mais eu poderia dizer?

Ele escreveu alguma coisa e me devolveu o caderno. Ele tinha escrito: “Eu disse. Por que não larga a garota gorda e vem dar uma volta comigo depois disso?”

Meu Deus. Ele estava me chamando para sair. De uma certa forma.

E também estava insultando minha melhor amiga.

“Você tem algum problema mental, por acaso? Acontece que aquela garota gorda é minha melhor amiga” — respondi.

Ele pareceu gostar disso. Escreveu por um longo tempo. Quando peguei o caderno de volta, era isso que tinha escrito: “Meu Deus, me desculpe. Eu não fazia idéia de que você era tão sensível. Permita-me reformular. Por que não dispensa sua amiga gravitacionalmente deficiente e vem dar uma volta comigo depois daqui?”

Escrevi: “Hoje é sexta-feira, seu lesado. O que você acha, que não tenho planos? Eu tenho namorado, sabia?”

Achei que a parte do namorado era forçar demais a barra, mas ele pareceu acreditar. Ele escreveu: “É? Aposto que seu namorado não está reconstruindo uma Harley 64 no celeiro.”

Uma Harley 64? Meus dedos tremiam tanto que eu mal conseguia escrever. “Meu namorado não tem celeiro. O pai dele (já que eu estava inventando um namorado, achei melhor dar uma origem impressionante a ele) é advogado.”

Rob escreveu: “E daí? Dá um fora nele. Vamos dar uma volta.”

Foi nessa hora que Hank Wendell se inclinou e falou:

— Wylie. Wylie?

Do outro lado de Rob, Greg Wylie se inclinou e falou:

— Chupa isso, Wendell.

— Vocês dois — sibilei por entre dentes —, calem a boca antes que Clemmings olhe pra cá.

Hank jogou a bola de papel na direção de Wylie. Mas Rob esticou a mão e a pegou antes que ela caísse onde ia cair.

— Vocês ouviram a moça — disse, com uma voz ameaçadora. — Parem com isso.

Tanto Wylie quanto Wendell sossegaram. Nossa. A Srta. Clemmings estava certa. Era incrível o que um pouco de estrogênio podia fazer.

“Tudo bem”, escrevi. “Com uma condição.”

Ele escreveu: “Nada de condições.” E sublinhou isso repetidamente.

Escrevi em letras de forma garrafais: “Então, não.”

Ele viu o que eu estava escrevendo antes que eu terminasse. Arrancou o caderno de mim, irritado, e escreveu: “Tudo bem. O quê?”

(“Quando cai o raio”, pag. 71-74, de Meg Cabot.
Série “Desaparecidos”, livro 1.)

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