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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Crescendo - Becca Fitzpatrick

— O que é, Anjo? — ele indagou com voz baixa, questionadora.

— Estamos em segurança?

— Isso importa?

Passei os olhos pelo jardim. Não sei muito bem por que, mas fiquei pensando: “Os arcanjos. Eles estão aqui.”

— Quer dizer... os arcanjos — falei tão baixinho que mal ouvia minha própria voz — Eles não estão olhando?

— Estão.

Tentei dar um passo para trás, mas Patch não permitiu que eu me soltasse.

— Não me importo com o que eles vêem. Estou cansado de jogos.

Ele tinha parado de acariciar meu pescoço. Vi um ar de desafio atormentado em seus olhos.

Tentei me soltar com mais força.

— Solte-me.

— Você não me quer? — perguntou, um sorriso matreiro em seus lábios.

— Não é esse o problema. Não quero ser responsável por qualquer coisa que aconteça a você. Solte-me.

Como ele poderia ser tão leviano com esse assunto? Estavam procurando desculpas para se livrar dele. Não poderiam vê-lo me abraçar.

Ele acariciou meus braços, mas, quando tentei aproveitar para fugir, ele segurou minhas mãos. Sua voz soou na minha mente. “Eu poderia me rebelar. Eu poderia sair daqui nesse exato momento e a gente não precisaria mais seguir as regras dos arcanjos.” Ele disse aquilo com tanta decisão, com tanta facilidade, que eu soube que não tinha sido a primeira vez em que isso lhe passara pela cabeça. Era um plano que ele imaginara secretamente muitas, muitas vezes.

(“Crescendo”, pag. 159, de Becca Fitzpatrick.
Série “Hush, Hush”, livro 2.)

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